Lia Drumond

É só um blog…

Tentando em Inglês

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Não me sinto muito confortável escrevendo em inglês, mas estamos tentando.

UPKEEP

Writing to keep writing

Grafite de um elefante pintado sbre um portão preto, São Paulo 2010, foto de Lia Drumond

link to Upkeep: https://medium.com/upkeep

Written by Lia Drumond

março 28, 2021 at 19:11

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Atreyu

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Quarto da Lia, quarto filho, uma matriarca. Seu nome e sua energia ocupam todo meu espaço, toda a curiosidade de seus irmãos, toda a expectativa de mais felicidade, mais amor. Eu te quero tanto! Sim, eu quis, foi de propósito, não foi por acaso, eu queria mais um filho e é você, Atreyu, meu bebê novinho, meu caçula e dengo de todos. Nunca imaginei que seria tão mãe, nunca imaginei que gostaria tanto disso, eu não me reconheço mais. Você e seus irmãos deram à luz uma mãe que parecia improvável, uma mãe diferentona e tão igual à maioria que se torna fonte de sentimentos e proteção. Já está tudo pronto pra você! Só estamos esperando você querer estar aqui fora pra te conhecer melhor. Só podemos agradecer pelo privilégio de viver tanto amor.

 

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outubro 18, 2017 at 18:20

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Continua (?)

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A vida continua, quase três anos depois e mais uma vida. Meu quarto. Talvez ela dessa vez. Oito semanas de uma gravidez que parecia que não seria, que eu não teria coragem, quatro é exagero e ando muito medrosa para ousar exagero. Mas, no fundo, eu queria tanto… Estou tão feliz de pensar em mais um filho ou filha, mais uma criança, minha criança, para mim é tão lindo isso. Aprender na prática que amor, quanto mais se divide, mais cresce. A vida mudou, meus dias e noites são cercados pela música de pássaros, insetos, galinhas. Meu lidar diário não mais é tão na frente do computador, hoje sei cultivar e cuidar de uma chácara e fico tão feliz de viver assim, um pouco offline tb, pois nem tinha esperanças de que conseguiria me livrar de alguma maneira desse sistema que te faz viver em frente a uma tela. A vida continua me encantando e apavorando. Sim, continuo sem vontade de publicar o que penso, as pessoas me mostram que estou só em muitas idéias, o consumismo e o individualismo tomaram conta do âmago de muitas pessoas boas, inutilizando-as. Medo pelo futuro. A vida mudou e sei que não mais estou segura aqui, nesse país onde o retrocesso tomou conta sem qualquer pudor ou receio e me sinto com medo de mostrar minhas bandeiras, medo de perguntar quais são as suas, medo por gostar de crianças – sabendo que pouco há de mudar toda a tristeza que (pre)vejo lá fora.

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abril 4, 2017 at 6:01

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Ângelo

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Uma nova geração, novo filho crescendo aqui dentro, novas formas de pensar velhas idéias. Nova vida, a vida que eu sempre quis ter (?)… é assustador chegar naquele lugar confortável chamado felicidade, tudo parece muito frágil, você se engana(?) mentalizando que é bom e será pra sempre porque é verdadeiro. Como se verdades não mudassem… Hoje é lindo, tudo, tudo… Dá até um sentimento de culpa, de nâo merecimento. Dois filhos tão lindos, engraçados, perfeitos e mais um aqui dentro, a infância e sua beleza que estou compartilhando tantas vezes, esse privilégio de ajudar alguém a crescer… E a certeza de que, um dia, tudo vai mudar, o tempo vai passar (já passa tão depressa!), eles vão crescer, a velhice vai chegar, o mundo será maior do que posso cuidar hoje, não será mais o mesmo. Ainda bem e também, ai.. não. Quero que todos cresçam e me superem, também quero que todos fiquem pra sempre minhas crianças…

Você, Ângelo, já me empresta outro olhar sobre seus irmãos, seu pai, eu mesma, nunca me senti tão capaz de realizar maravilhas, você já é a terceira… Nunca imaginei que seria mãe de tantos filhos, que seria tão mãezona, que gostaria tanto dessa função. Dá bastante trabalho, muita preocupação, muito medo, mas também é tão bom mais uma vez ter neném pra mudar nossa rotina, nosso vocabulário, nosso espaço. Seus irmãos te sentem chutar forte, mexer a barrigona da mamãe – ficam encantados, o Américo queria ver você nascer, o Aquiles te chama de ‘anjo’ e já entendeu que você está aqui dentro e, por isso, ele não pode pular no meu colo por enquanto. Eu e seu pai preparamos o quarto de vocês, inventamos espaço para caber mais coisas, doamos brinquedos e roupas dos seus irmãos pra desocupar a bagunça, estamos pintando na parede uma árvore fofa com passarinhos e bichinhos pra rodear seu berço com mais ternura.

Agora falta bem pouco pra você chegar, mais poucas semanas, conto em dias porque é dureza estar tão grande. dolorida e tão curiosa pra te pegar nos meus braços, ver sua carinha… Mas já te amo intensamente, não é mais uma idéia a se realizar, é vida forte daqui de dentro pro mundo, é você quem faltava pra nossa vida ser mais linda.

Música: Vagalume – Pato Fu   ❤

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março 24, 2014 at 16:59

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Tempo, mano velho

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É o cansaço, é a rotina, é a desculpa… Ou é, na verdade, o sentimento de impotência. Não tenho nada para acrescentar aqui, acho. Numa nova fase de absorção, introspecção e observação. Talvez uma nova geração, o tempo de olhar para fora só que não mais daqui de dentro, já que agora sou tão vulnerável…

Não cala a vontade de dizer  (repetir?), mas as palavras não vão sair enquanto os significados  forem os mesmos. Ninguém está prestando atenção, quem está parece que não percebe, aqui não cabe mais o mesmo. Talvez seja amadurecer não se envergonhar da limitação que se busca terminar, não tenho mais vergonha da minha burrice. Burrice de hoje e ontem, estamos aí.

Tempo de plantar e colher de verdade, tempo de ser gente criando gente, tempo de não ter tempo pra parar.  Não desisti de escrever, só não gosto mais de estar ao alcance. Meu passado está por aí, mas meu presente só eu posso abrir… E o futuro que se foda.

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E, né? Andei, Lurdez da Luz

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agosto 8, 2013 at 13:52

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Burrice ryka!

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É mais fácil ver a culpa no outro, se encastelar na própria experiência de vida como se todo o universo só existisse para si. É conveniente fingir que não entende o problema, é mais fácil distorcer um fato do que analisá-lo sob a luz da razão. Aliás, todo mundo acha que tem razão, mesmo que nem saiba o significado dessa palavra. Faz tempo que não escrevo por achar que tudo é repetido, cansei de gastar dedo e tempo para mostrar essa indignação que só deixa as pessoas acomodadas incomodadas. O problema não são os pobres ignorantes, mas os ricos reacionários, que nem reconhecem serem ricos. “ah, eu trabalhei para ter comida em casa e nenhum ‘vagabundo’ tem direito de ganhar de graça”. Me deparo diariamente com a alienação de gente que tem dinheiro para pagar por cultura, gente que poderia ler bons livros e tornar-se menos ignorante. Mas essas pessoas não querem educação, acham que não precisam. Elas têm curso superior, são de’formadas’. Não precisam saber o que é a sociologia, o feminismo, a política. Falam sobre carros e viagens, falam sobre coisas que têm, raramente têm algo interessante para dizer sobre o que são. Sério mesmo que o máximo que já ouvi dessas pessoas é “sou (inclua aqui torcedor de algum time de futebol, descendente de tal etnia ou um adjetivo pátrio)”. Triste. Há exceções, mas tão raras que sentem-se intimidadas. Sentipensantes são flores pisadas pelos estúpidos que pensam que nada pode atingir quem tem dinheiro. Gente que luta por algo além do próprio dinheiro é cada vez mais raro.

“Mas eu trato bem os meus escravos…” é a frase que pareço ouvir diariamente dos velhos reacionários e dos infelizes jovens rykos e alienados. Cansei dessas pessoas que fazem de tudo para aparecer.  Hoje prefiro olhar para quem realmente precisa ser visto, gente que tem salvação, pois só lhe falta dinheiro. Empatia é coisa difícil de encontrar naquele que acha que ter é mais importante do que ser. Fico na torcida maligna de que esses reaças riquinhos morram logo, pois são minoria apesar de sustentarem e fomentarem tanto consumismo e tanta desigualdade… O mundo precisa evoluir.

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junho 22, 2012 at 16:44

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Sem planejamento

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Que só hoje deveria importar, mas não dá pra parar de pensar no que será. Não quando se carrega pequenas promessas nos braços, para proteger da indiferença onde lhes querem plantar. Saber é, saber levar um golpe a cada coisa que se sabe triste e se precisa explicar. É doce e salgada a rotina de cuidar e amar e cuidar até que, se tudo der certo, só sobre o amar. É a agonia de ainda esperar, por mais que acreditasse, ingênua, que a espera acabaria no fim dos nove meses. Temos tanto o que esperar que a expectativa é inevitável, o sofrer com ela é infinito. Culpa e tentativas de racionalizar, afinal pensar é normal. É normal pensar? É preciso parar de pensar e planejar… (?)

Som: Call Me – Chris Montez

 

Written by Lia Drumond

março 20, 2012 at 9:57

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Blogagem Coletiva: Estupro de Queimadas

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Primeira vez numa blogagem coletiva, mas é imprescindível. A vontade é de sair quebrando tudo, fazendo o mundo ver que ser mulher também é revoltante, difícil achar uma que nunca pensou se não seria mais fácil ser homem. Pois ao homem tudo é permitido, tanto que historicamente são eles os ‘chefes’ da família, para eles que todos devem responder. Às mulheres, a vergonha. Tenha vergonha de ser mulher, por ser mulher, para ser mulher. Homem pode até ser um tremendo idiota, mas mulher, nem isso… Ninguém vai dizer do homem idiota: “Só podia ser homem!” Às meninas ensinam que devem se cuidar, preservarem-se da opinião deles. “Prendam suas cabras que meus bodes estão soltos!”. Aos meninos, ensinam que ser mulher é menor, é feio: “Vai chorar igual uma mocinha?” Claro que há gente tentando mudar essa realidade, mas ainda sobrevivemos assim. Rindo da desgraça alheia… Embebedar pra transar é realidade que quase ninguém considera abuso, nem as vítimas. Acham que por terem bebido são culpadas do abuso, pois desde cedo escutam “cu de bêbado não tem dono”. Temos direito de comprar o álcool, de usá-lo, mas não temos direito sobre nosso corpo quando sob o efeito? A culpa NUNCA é da vítima. A vítima não é culpada por usar tal vestido, por ter saído com, por ter entrado no carro, por ter paquerado, por ter beijado, por estar na festa do estuprador, etc… A culpa É do estuprador.

A festa em Queimadas, na Paraíba, foi um presente de ódio para todas as mulheres. Aqueles homens não tiveram um pingo de empatia, não pensaram nem por um momento em suas mães, irmãs, filhas… Nem por um segundo qualquer dos malditos pensou que poderia ter nascido mulher e que isso não o faria menos gente. Ninguém pede para nascer, muito menos para nascer homem ou mulher, branco, rico, cristão, brasileiro, corinthiano. Por acaso nasceu homem e isso não o faz melhor. Difícil, homem, entender isso? Subjugar prova a fraqueza dos que não têm poder para cativar… Aqueles bandidos planejaram o ataque na festa, sabiam que era um crime, mataram com tiros nas virilhas as mulheres que os reconheceram, todos os indivíduos do sexo masculino participaram do estupro coletivo de ‘presente de aniversário’ e nenhum foi humano. Imagino se têm mãe, se fosse eu mãe de dois monstros desses talvez não segurasse a barra de colocar a cara na rua nunca mais… prefiro a morte. Infelizmente não falta speed porco para dizer que se as mulheres não estivessem numa festa de caras suspeitos, nada teria acontecido e estariam seguras. Enganam-se feio. Mulheres não estarão seguras enquanto os homens não entenderem que temos os mesmos direitos, somos feitas da mesma carne e osso.

Ser estuprad@ acaba com a confiança no outro ser humano, mulheres e homens que passaram por essa tragédia carregam traumas incuráveis, muitos sofrem de depressão pelo resto da vida e até cometem suicídio. O fetiche do estupro, tão utilizado na ficção e até fantasiado por homens e mulheres, é muito diferente da violência real. Imaginar e até combinar uma ação que TODOS os participantes querem realizar é válido. No caso de Queimadas, os ‘homens’* planejaram uma sujeira imensa, tragicamente inesquecível e fatal para duas mulheres, tudo por conta da imaginação de poder que aqueles indivíduos têm. Nenhum deles estaria arrependido se estivesse em liberdade, muitos são os asquerosos que contam ‘vantagem’ sobre abusos que cometeram, muitos são os que justificam a própria agressividade culpando o alvo de sua agressão: “Ela era uma vadia”, “Ela dava pra todo mundo”. “Ela era uma prostituta”. Se mulher usasse os mesmos padrões para rejeitar ou agredir os homens, coitados… E mulher que julga as outras por achar que caráter e expressão estão na vagina também é de doer na alma. Há gente influente no meio desse crime tão sórdido e por isso pouco se falou do caso na grande mídia. Aliás, crimes contra mulheres sempre tem espaço menor no noticiário apesar de sempre terem muito espaço nas novelas. A mocinha linda com o canto do lábio roxo pode até ser sexy, mas imagina sua mãe com todos os dentes quebrados, cara toda roxa e aflita por pensar se pegou aids do estuprador. E, se ela for idosa, imagina um ‘comediante’ dizendo que o estupro foi uma ‘oportunidade’ para ela, que por ser velha deveria agradecer o estuprador…

Acontece todo dia, mais um caso horrendo de violência contra mulher, mais estatística… Peraí, está na hora de mudar isso. Lei Maria da Penha já vale ainda que a vítima não denuncie então, se souber de alguém que apanha e fica quieta, chame a polícia. Denuncie e incentive a denúncia de violência. Os homens precisam saber que não estamos desprotegidas diante de seus ímpetos…

* (gostaria de chamá-los de algo tão sórdido que nem existe palavra, algo que soasse como ‘seres repugnantes que merecem apodrecer do pau pro resto de maneira bem dolorosa e incurável’)

Som: Worry about you – Ivy

**(em tempo?) Este post é participação na blogagem coletiva de repúdio ao caso de Queimadas, convocado pelas Blogueiras Feministas e pelo Luluzinha Camp. Se o caso também te revoltou, escreva e participe da ação!

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fevereiro 17, 2012 at 10:05

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Brasil é sinônimo de injustiça

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Mexa sua cabeça, olhe em volta. Muita gente poderia estar pior, eu também se não fosse abraçada pela sorte. Tantos não reconhecem a própria condição miserável por que são herdeiros de propriedades rotas, inflacionadas pela ganância. Quantos não têm sequer um pedaço de chão pra plantar uma batata mas se acham melhores em seus andares superiores? Qualquer instabilidade social pode acabar com o conforto da vida urbana, quem não tem chão não tem nada. Se amanhã houver guerra (o que não é difícil, ainda vivemos na ditadura militar, acreditem!), condomínios não têm fontes de água ou plantações de qualquer espécie alimentícia para garantir a sobrevivência de seus moradores. E por isso tanta gente briga por terra, qualidade de vida não está em condomínio fechado e vigiado, está no chão e na liberdade de um céu e uma terra só para sua família. Por isso Pinheirinho foi desocupado, pois servirá aos interesses de quem pode vender chão para quem pode pagar pelo privilégio que hoje é tão caro. E quem vende? Parceiros de negócios dos candidatos das eleições desse ano, financiarão campanhas de tucanos e petistas, gregos e troianos, vão beijar bebês pobres e ricos para as câmeras…

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janeiro 24, 2012 at 12:07

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STOP SOPA! STOP PIPA!

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janeiro 18, 2012 at 11:42

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Humildade?

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É meu dilema a percepção de que fui enganada, mas não quero mais. A impressão é essa. Não só pela família, mas tudo o que vi, li, assisti, ouvi e aprendi dizia e repetia que nascemos por algum motivo, que para crescer e me considerar  madura era preciso evoluir e ser melhor, maior, mais inteligente e bondosa. Ser bom sempre foi a grande lição de toda a moral de quase toda história. Claro, ser bom sempre é confundido com ser obediente e ingênuo, mas nunca vi bondade ser sinônimo de indiferença para com o sofrimento alheio. Aí que já posso me julgar adulta agora que não sou adolescente e tenho crianças sob minha responsabilidade. Ou seja, posso dizer que cresci, apesar de acreditar estarmos todos em pleno desenvolvimento até o fim de nossas existências.

Hoje em dia a lição é outra: seja igual. E não é seja igual ao melhor, sabe? É seja igual a média, seja medíocre – queira sempre mais, compre sem pensar, não aceite sua aparência normal, pense como a maioria. “Não ofenda os outros com lições de moral sobre ser melhor!” Mas existe melhor, sim. Quando existe o que menos prejudica, este é melhor. Hoje em dia o errado está certo. O politicamente incorreto é um nome que ganha admiração pela ignorância da maioria em relação ao que é política. Preconceito não tem graça e só quem se acha acima do bem e do mal pode julgar menor o sofrimento alheio. Liberdade de expressão não significa liberdade de ofensa e agressão. Ecologistas ganham cada vez mais apelidos pejorativos por defenderem o lar que deveria ser de todos, pacifistas são agredidos para que tenham medo de defender em público sua não reação à violência, cientistas são cada vez mais raros por se dedicarem ao conhecimento, mulheres são mortas impunemente para que não possam influenciar. Depois que cresci, querem me ensinar que preciso ser estúpida para ser aceita. Ainda bem, apesar de tudo, ainda não me acho tão estúpida.

Gentileza, bondade, cordialidade, humildade para aprender- sempre há mais, há muito mais do que poderíamos saber ainda que dedicássemos a vida toda. E, ainda assim, não é preciso tanto. É preciso apenas que cada um seja mais capaz de trocar de lugar com o outro e perceber que é frágil a diferença que nos separa.

A chuva não molha apenas um tipo de gente, o Sol clareia o dia de todo mundo que está vivo… Quando há dor, não importa em quem seja ou qual meio haja (ou não) para resolver, dói igual.

Written by Lia Drumond

dezembro 18, 2011 at 7:38

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Juventude conservadora e retrógrada

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Espera-se que a juventude seja uma esperança para o futuro, que traga mudanças e ajude a evoluir a sociedade. Isso significa questionar o que é estabelecido e que pode limitar sua experiência de vida: família, religião, sociedade, etc. Geralmente jovens questionam tudo, talvez com pouca autocrítica, mas hoje em dia a coisa está mudando, alguns jovens estão concordando com o estabelecido.

Essa juventude foi moldada pelo medo, principalmente esses que se dizem conservadores. Pois é da natureza humana experimentar para se desenvolver. Jovens que lutam contra o direito de todos viverem as próprias  experiências são uma antítese da juventude. Experimentar sexo, drogas e rock and roll faz o mundo evoluir e a velhice ser pouco amarga por contar com boas memórias. Medo do outro, medo de se tornar o outro, medo do inferno. Só o medo explica tamanha contradição que é a juventude estar castrando seu próprio potencial com as idéias de gente que já foi. O maior perigo desses caras é que, por princípio e ideal, querem dominar a vida alheia. Estão muito preocupados em saber se você faz sexo, usa alguma substância que não foi comprada diretamente de indústrias farmacêuticas, tenta escapar do trabalho para viver e se pensa diferente deles. Não querem saber se você precisa de alguma coisa, não acham válido dar a mão – a menos que seja pra te empurrar e “ajudar o mais forte a sobreviver”. Esse é o argumento de muitos desses caras…

Creio que a luta pela igualdade de liberdade é causa da gente desde que a sociedade foi estabelecida. Assim como sempre existiu um speed porco pra desejar e perseguir o poder para fazer valer o que achava ser melhor para si e para os seus, sempre existiram pessoas fraternas que enxergam no outro um aliado, não um oponente. Essas pessoas são os heróis que, mesmo errando, tentaram salvar os seus irmãos da opressão. E onde existe autoridade, existe opressão. Nossa sociedade é cheia de autoridades, podem crer! Personalidades, celebridades, autoridades. É uma escala de babaquice sem fim, ignorando o que é de conhecimento geral: a maioria desse país é pobre e/ou ignorante. Pois tem também gente que só tem dinheiro, mais nada na cabeça ou no coração. Deixam a vida levar pra onde qualquer problema alheio não incomode.

Alistamento militar obrigatório, aborto, drogas, sexualidade são do interesse não apenas do jovem, mas de toda a sociedade. Espera-se do sangue novo a renovação, mas o medo impede esses novos caretas – que eu realmente considero geração perdida – de mudar o que existe para melhor. Respeito se conquista, não se impõe. Esses novos babacas nunca conheceram uma aldeia indígena de perto, uma favela por dentro, os bastidores da política e da salsicha. São repetidores de discursos de medo, onde o outro é uma ameaça e deve ser combatido. Até quando, Brasil? Esse país (e esse mundo e todo o universo) não pode aceitar numa boa que essa geração de filhinhos de mamãe se coloque contra a luta primordial de nossa evolução: o respeito pela liberdade de todos.

Até tempo atrás eu me desesperava achando que não havia solução, sabe? Que o mundo estava fadado à um remake estilo ‘Idade Mérdia’, que o discurso dos cagões que se apavoram feito galinhas (desculpem, galinhas!) diante do outro estava dominando o mundo… Não é bem por aí, apesar do que querem fazer parecer. Assim como na Idade Média os reis e a igreja dominavam o pensamento da sociedade, hoje em dia temos reis da mídia e outras indústrias, além de várias igrejas e derivados que querem dizer como as pessoas devem viver para serem percebidas. No fundo, é só um desesperado “continue pagando” em vários aspectos, sabe? Continue pagando o pato se não for capaz de abrir sua consciência para a possibilidade de renovação. O estabelecido por tantos séculos de conservadorismo em nossa sociedade te exclui caso você não esteja sempre do lado mais forte.

Written by Lia Drumond

dezembro 2, 2011 at 5:37

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Passar pra frente

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São campanhas vazias essas que as pessoas fazem apenas replicando conteúdo. Não é preciso ir às ruas e fazer panelaço, mas também é o cúmulo que o indivíduo nem ao menos pense sobre o que está concordando ao clicar em ‘compartilhar’ (gostar, retuitar, encaminhar, whatever…). O tio gugol está aí, bem na cara e, geralmente, também na barra de ferramentas do navegador. Não é preciso nem abrir uma nova aba ou janela, é só copiar o conteúdo de qualquer assunto ali e se maravilhar com ‘informação’ de mais de uma fonte. E, uma dica bacana: leia os comentários e evite sites que não permitem ao leitor questionar ou manifestar-se quanto ao conteúdo. Cagar regra não é legal e estou fazendo isso agora mesmo, mas é pelo bem do povo e felicidade geral da nação. Em tempos de involução causada pelo crescimento do pensamento religioso (que cresce junto com a ignorância, podem crer) estamos diante de barbaridades que pregam intolerância, desrespeito com as liberdades individuais e futilidade, muita futilidade sobre gente medíocre para evitar que as pessoas usem a web para adquirir o temido conhecimento.

Como esse movimento Gota d’Água, cheio de artistas com discurso contra a construção da usina de Belo Monte. Fosse outro governo, leia-se governo tucano, e estariam defendendo a necessidade de geração de mais energia. Campanhas religiosas em redes sociais contra o aborto, piadas fáceis com estereótipos e preconceitos, indicações de que “essa pessoa” tem a mesma velha opinião formada sobre tudo – formada e moldada sem que se perceba. Agora pouco se discute sobre a divisão do Pará, que é iminente, jogaram pro povo escolher sem maiores informações sobre quais serão os possíveis resultados e impactos. Talvez, em breve nenhum Estado possa ser maior que o Rio Grande do Norte. Separatismo rulez, união não. Políticos mais caros do mundo fazem questão de mandar matar quem ouse ameaçar essa dinâmica de ignorância, apatia e incompetência para ELEGER coisa melhor, pois vivemos numa democracia (sic!), neam?

A Índia subsidiou  tablets para estudantes, fazendo com que a população rural tenha finalmente acesso ao que antes só era possível nas grandes cidades: informação. Aqui os impostos fazem tudo tão caro que é preciso ir ao Paraguai para comprar bugiganga (que agora tem o nome chique de gadget), pirataria domina o mercado pois há demanda, são poucos os que podem pagar o preço de ‘originais’ absurdamente inflacionados pela tributação do nosso governo. E esses tributos, taxas, impostos, vias, etc, etc, etc, burocracias sem fim para manter a máquina grande e cara e difícil de ser fiscalizada são usados em nada de retorno palpável para a sociedade. Basta andar de carro pela maior e mais rica cidade do Brasil para ver como ela é feia, mal planejada, mal conservada e com péssima qualidade de vida para seus habitantes, que geralmente são mal educados e desconhecem gentileza. E esta é a cidade mais rica…

Qualquer movimento para mudar o que está estabelecido, ou seja, essa porcaria desigual e inútil que fomenta a ignorância e suas filhas intolerância, violência e impotência será reprimido pela máquina. PM, TV, STF – siglas que precisamos engolir como representações da nossa existência, justificadas pela apatia da maioria sobre o que significam e quais seus deveres para com a sociedade. Quem quer que o povão saiba o que significa a concessão do sinal de televisão no Brasil, né? Não se pode culpar o povo por sua apatia, condicionada pela tríade mídia, (falta de) educação e repressão durante tantas décadas, falta de opção para os que não têm dinheiro para se incluir digitalmente ou pagar por TV a cabo é uma realidade ainda hoje. E na mídia impressa o esquema de distribuição é realmente muito sujo, não tem pra onde fugir nesse mar de estupidez.

Tudo isso acontece agora e tem muito mais, mesmo. Não são tão poucos os que também buscam compartilhar informação, são inúmeros sites, blogs e vlogs que usam a única terra que ainda é de ninguém para tentar combater a imbecilização da web, que é inundada pelas empresas de mídia em busca do público que sempre ignoraram. A interatividade se tornou obrigação para o capitalismo, mas não serve para diminuir desigualdades, apenas para ajudar empresas a lucrarem mais conhecendo melhor seu público alvo. Todo e cada produto custa o seu valor de produção, mais propaganda e mais impostos – pagamos muito caro por tudo e esse dinheiro todo fica na mão de quase ninguém. É preciso que mais gente se disponha a pensar mais antes de comprar, compartilhar opinião que não é realmentre sua e, acima de tudo, concordar. É preciso que mais gente questione, conteste e pesquise antes de concordar.

Um som que adoro, pra variar: Up and away – Good Riddance

Written by Lia Drumond

novembro 23, 2011 at 20:53

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Ah, Mulheres…

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Ser mulher é muita coisa, quem sou eu pra definir, né? E ser feminista, o que é? Complicado responder isso depois de conhecê-las… Vi pluralidade e brilhantismo, nunca encontrei tanta mulher genial por metro quadrado e fiquei encantada. Nem sabia que eu era tão feminista, nunca fui fã de rótulos, mas feminismo não é uma marca, não é uma religião ou diretriz moral. Feminismo é respeito, pois a idéia que todas defendem é de empatia, como incentivar as pessoas a se colocarem no lugar de outras e a pensar sobre suas atitudes, inclusive em relação à mulher.

Enquanto cresce a voz das mulheres no consumo, nos meios de comunicação e na política, também vemos aumentar os discursos  utilizando-se do anonimato da web para cometer crimes de racismo, injúria e incitação ao crime. Feministas são alvo de todo tipo de preconceito não só por parte desses criminosos, mas por parte das próprias mulheres que não enxergam a opressão sexista. Mas em vez de se preocuparem com trolls, estão preocupadas com regulamentação da comunicação, assunto urgente, deturpado e ignorado pela grande mídia; querem que o Estado cumpra seu papel laico e faça respeitar a própria Constituição,  que o professor seja respeitado e valorizado pela sociedade.

Enfim, são muitas as discussões e idéias que me inspiram. Feminismo é fundamental e deve ser incluído na grade curricular das aulas de História, pois é muito importante que as mulheres saibam que têm muito mais em comum do que nossa cultura machista deixa transparecer. Não somos rivais, somos irmãs. O machismo existe e oprime muitas filhas que não sabem ter proteção da lei, muita mulher engole o machismo, cresce e vive condicionada a acreditar que é incapaz de mudar a realidade. Muitas riem das piadas sexistas que agrupam mulheres como se todas fossem iguais e respondessem da mesma forma, não percebem que o politicamente incorreto geralmente é burro e apela para estereótipos ridículos. (ei, redundante!) Muitas acreditam de verdade em revistas que divulgam ‘pesquisas’ sobre os reais “desejos femininos”, de que mulheres se sentem mais realizadas com a ‘santa trindade’ dona de casa-esposa-mãe em pleno século vinte e um.

É difícil não se revoltar por ser a única chata em tanto espaço, mas no I Encontro das Blogueiras Feministas encontrei várias outras tão chatas quanto eu. Primeiramente, foi uma lição de vida. Mulheres tão admiráveis e tão próximas, tão abertas ao encontro, tão inteligentes que senti orgulho de fazer parte, sabe? Eu, que achava que era melhor ser homem nesse mundo tão injusto, senti que é possível ser mulher e ser realmente forte se formos mulheres unidas. Foi bonito descobrir que sou feminista e que isso é bom não só pra mim, mas para meus filhos e para o mundo!

Música, faz tempo… Eletricityscape – The Strokes

Written by Lia Drumond

outubro 22, 2011 at 21:37

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Ocupar

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Talvez seja um momento de autoafirmação da humanidade, pessoas se dividem entre os otimistas e os pessimistas, mas todos são humanos e agem de acordo. Não sei diagnosticar as palavras, não sei expressar o que sinto sobre o que se passa… É muita coisa. É uma era de informação onde há pouca curiosidade. Muita futilidade de entretenimento tenta se justificar pela vida estressante dos dias atuais, como se a burrice fosse um alívio pro cérebro, como se o estresse não fosse, também, fruto de toda a ignorância. Sinto que greves poderiam acontecer não só nos Correios ou nos bancos, mas em todas as categorias que não contam com estabilidade suficiente para se manifestarem – isso faria bastante barulho. Mas está difícil achar consenso, união é uma utopia que depende do respeito, que muitas vezes é confundido com silêncio ou aprovação. Ainda há muita religião no pensamento das pessoas, elas ainda precisam de mitos e/ou heróis para seguirem, não sabem o que significa livre-arbítrio, não amam as outras como a si próprias, não se reconhecem na imagem e semelhança de algo melhor, não conseguem ler as letras miúdas, apenas querem a salvação. Ter fé sem pé nem cabeça, basta aparecer o herói esperto certo.

Apesar da desconfiança, a esperança é inevitável. É legal ver tudo isso, desde a ‘Primavera Árabe’ até a recente ocupação de Wall Street e os protestos contra corrupção no Brasil. É, tipo, WOW… Era o que eu esperava da internet desde que isso começou, o poder de mobilizar a ‘rede’. De que adianta uma rede que não se pode balançar, né? No Brasil isso faz todo sentido… Balançar estruturas de Sarney, Magalhães, Maluf, Calheiros, Roriz, Arruda, Bolsonaro e de todos que não são famosos só pelo sobrenome difamado, mas que precisam ter seus nomes e feitos chacoalhados pela razão de quem lhes emprestou não apenas confiança, mas dinheiro, MUITO DINHEIROOO!!! Ver isso acontecer seria a glória, ver o povo deixar de ser burro e conversar com o povo que não acessa a internet, o povo que só tem a televisão para se desinformar e que, na verdade, é o povo que elege nesse país de ignorantes. Não adianta latir litros num fórum onde todo mundo tem, pelo menos, o mesmo interesse, e não falar com um estranho na rua sobre a real situação do país fora do futebor. Fora da internet não vejo o povo engajado em nada além de sobreviver.

Quem sabe seja o tempo de ocupar mentes com pensamentos grandiosos, de se abrir para conhecer mais de verdade, de reconhecer que só dentro de casa ninguém conhece nada. É bonito ver esse tempo, espero que essa Primavera seja o desabrochar de alguma evolução positiva. Acredito que só o amor constrói, que podemos sempre fazer melhor e que a esperança é a última que morre, todos os clichês bonitinhos de quem tem fé na vida, mas não fé sem pé nem cabeça.

E não consigo pensar em música, só em dança desde que assisti ao ótimo documentário sobre Dzi Croquettes. Essa semana voltei a me mexer. Vale a pena buscar e assistir, dá orgulho e tristeza de ser brasileiro e saber que nunca vão exibir isso num canal aberto de audiência, muito menos canais que têm a religião como cliente ou proprietária…

Written by Lia Drumond

outubro 17, 2011 at 22:28

Publicado em Conselhos Inúteis

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